Wild Strawberries (1957) - full transcript

With the exception of his elderly housekeeper Miss Agda who he treats almost like a surrogate platonic wife, widowed seventy-eight year old Dr. Isak Borg, a former medical doctor and professor, has retreated from any human contact, partly his own want but partly the decision of others who do not want to spend time with him because of his cold demeanor. He is traveling from his home in Stockholm to Lund to accept an honorary degree. Instead of flying as was the original plan, he decides to take the day long drive instead. Along for the ride is his daughter-in-law Marianne, who had been staying with him for the month but has now decided to go home. The many stops and encounters along the way make him reminisce about various parts of his life. Those stops which make him reminisce directly are at his childhood summer home, at the home of his equally emotionally cold mother, and at a gas station where the attendants praise him as a man for his work. But the lives of other people they encounter almost mirror his own, including hitchhikers Sara, Viktor and Anders - who remind him of his cousin Sara who he was going to marry, himself and his irresponsible brother Sigfrid who Sara eventually married - a bickering married couple Sten and Berit Alman, and Marianne and her husband and Isak's son Evald, whose marriage is as strained as was his own.

Nossa rela??o
com as pessoas...

consiste em discutir com elas
e critic?-las.

Foi isso que me afastou,
por vontade pr?pria...

de toda minha vida social.

Isso tornou
minha velhice solit?ria.

Sempre trabalhei muito,
e sou grato por isso.

Comecei a trabalhar
para sobreviver...

e acabei amando a ci?ncia.

Tenho um filho que tamb?m
? m?dico e mora em Lund.

Ele foi casado durante anos,
mas n?o teve filhos.

Minha m?e ainda vive e, apesar
da idade, ? uma pessoa ativa.



Minha esposa, Karin,
morreu h? muitos anos.

O jantar est? servido,
Prof. Borg.

Tenho o privil?gio de ter
uma boa empregada.

Talvez deva acrescentar
que sou um velho meticuloso...

o que ?s vezes tornou
a vida penosa...

tanto para mim quanto para
os que convivem comigo.

Meu nome ? Eberhard Isak Borg,
e tenho 78 anos.

Amanh?, receberei o T?tulo
Honor?rio na Catedral de Lund.

"MORANGOS SILVESTRES"

Na noite do primeiro dia de junho...

tive um sonho estranho.

Sonhei que durante
minha caminhada matinal...

eu me perdi numa parte
desconhecida da cidade...

com ruas desertas
e casas em ru?nas.



O senhor est? bem?

Srta. Agda, prepare meu caf?,
vou viajar de carro.

Claro, volte a dormir.
Servirei o caf? ?s 9hs...

e partiremos ?s 10hs,
como combinamos.

Tudo bem, viajarei sem comer.

E quem arrumar? sua mala?

- Eu mesmo.
- E o que eu fa?o?

Pode ir de carro comigo
ou de avi?o, como desejar.

Esperei o ano todo para v?-Io
receber seu T?tulo.

Depois de ter organizado tudo,
decide ir de carro!

A cerim?nia ser? ?s 17hs.
Terei 14 horas para chegar.

Vai estragar tudo!

E seu filho estar? esperando
no aeroporto.

Voc? ter? que inventar
alguma desculpa.

Se for de carro,
n?o irei ? cerim?nia.

- Ou?a, Srta. Agda...
- Tudo bem, pode ir!

- Pode estragar tudo!
- N?o somos casados.

E agrade?o a Deus
todas as noites por isso.

Segui meus princ?pios
por 74 anos e n?o vou mudar hoje.

- ? sua ?Itima palavra?
- Sim, ? minha ?Itima palavra.

Mas n?o vou me esquecer
como s?o os velhos ego?stas...

que s? pensam em si mesmos...

e esquecem dos que os serviram
lealmente por 40 anos.

N?o sei como a ag?entei
mandando em mim...

tantos anos.

? s? dizer
e eu parto amanh? mesmo.

De qualquer modo, vou de carro.
Fa?a o que quiser.

J? sou bem crescido e n?o tenho
que receber ordens suas.

- Ningu?m faz malas como voc?.
- ? mesmo?

- Velha chata.
- Quer que eu cozinhe uns ovos?

Sim, obrigado.
? muita gentileza sua.

T?tulo Honor?rio,
que estupidez.

Deveria receber o t?tulo
de idiota honor?rio.

Vou acalmar a velha
com um presente.

Odeio gente rabugenta.

N?o faria mal a uma mosca,
muito menos ? Srta. Agda.

- Aceita umas torradas?
- N?o se preocupe comigo.

Por que o mau humor?

- Aceita uma x?cara?
- N?o, obrigada.

Bom dia.

O que minha nora
faz acordada a esta hora?

? dif?cil dormir
com os dois gritando.

- Ningu?m estava gritando.
- Ningu?m estava gritando.

- Vai para Lund de carro?
- Acho que sim.

- Posso ir junto?
- Quer ir para casa?

- Sim, quero voltar.
- Voltar para Evald?

- Se eu pudesse, iria de trem.
- Claro que pode ir comigo.

Estarei pronta em 10 minutos.

Minha nossa!

Por favor, n?o fume.
N?o suporto cigarro.

Eu me esqueci.

Devia haver uma lei
contra cigarros.

- Est? um dia bonito.
- Sim, mas est? estranho.

- Acho que vai chover.
- Eu tamb?m.

Os charutos s?o estimulantes.
? um v?cio para homens.

E quais os v?cios
para a mulher?

Chorar, engravidar
e ficar fofocando.

Quantos anos voc? tem mesmo?

- Por que pergunta?
- Por nada.

- Eu sei por que perguntou.
- Com certeza.

N?o precisa fingir,
sei que n?o gosta de mim.

Eu o conhe?o
apenas como sogro.

- Por que est? voltando?
- Por impulso.

- Evald ? meu filho.
- Eu sei.

Evald e eu somos parecidos,
temos nossos princ?pios.

- N?o precisa me dizer.
- O empr?stimo, por exemplo...

Eu sei, ele ia pagar
assim que recebesse.

? uma quest?o de honra
para ele.

O combinado ? o combinado.

Nunca poderemos ser livres,
e ele se mata de trabalhar.

Voc? tem renda pr?pria.

Especialmente porque ? rico
e n?o precisa do dinheiro.

O combinado ? o combinado.
Sei que Evald me respeita.

Talvez, mas tamb?m o odeia.

- O que tem contra mim?
- Quer uma resposta sincera?

Quero.

? um velho ego?sta.
N?o tem considera??o...

e s? ouve a si mesmo.

Mas esconde bem isso atr?s
de sua civilidade e seu charme.

Mas ? ego?sta...

apesar de ser chamado de
grande amigo da humanidade.

Quem convive com o senhor
sabe como ?. N?o nos engana.

Lembra-se do que disse
quando me mudei?

Achei que nos ajudaria
e pedi para ficar em sua casa.

- Lembra-se do que disse?
- Sim, disse que era bem-vinda.

Deve ter se esquecido,
mas disse...

"N?o tente me envolver
nos seus problemas conjugais.

Cada um resolve seus problemas."

- Eu disse isso?
- N?o s? isso.

- ? mesmo?
- Foram suas palavras.

"N?o respeito o sofrimento da
mente, por isso n?o se lamente.

Se precisar de ajuda, posso lhe
arranjar um psicanalista...

ou um padre, est? em voga."

- Eu disse isso?
- Tem opini?es categ?ricas.

Detestaria depender do senhor.

Para ser honesto,
gostei de sua companhia.

- Como se fosse um gato.
- Ou um ser humano.

? uma boa jovem, e sinto muito
que n?o goste de mim.

N?o disse que n?o gosto.

- Sinto pena do senhor.
- Pena?

Gostaria de contar um sonho
que tive esta manh?.

N?o me interesso por sonhos.

Claro que n?o.

- Aonde vamos?
- Quero mostrar uma coisa.

At? os meus 20 anos
pass?vamos os ver?es aqui.

Eu tinha 10 irm?os e irm?s.
Deve saber disso.

- H? algu?m aqui agora?
- N?o neste ver?o.

- Vou dar um mergulho no lago.
- Pode ir.

O canteiro
dos morangos silvestres.

? poss?vel que eu tenha
ficado sentimental.

Talvez estivesse cansado
ou nost?lgico.

Foi ent?o que percebi que
pensava em coisas...

que estavam ligadas
? minha inf?ncia.

N?o sei como isto aconteceu...

mas a luz do dia
clareou mais ainda...

as imagens
das minhas lembran?as...

que passavam perante meus olhos
com toda a for?a da realidade.

Sara.

Sou eu, seu primo Isak.

Estou mais velho, ? claro,
e tudo ficou diferente.

Mas voc? n?o mudou nada.

Bom dia, prima.
O que tem a??

Morangos silvestres,
seu idiota.

E quem ser? agraciado
com estes morangos...

colhidos pela manh?
por uma jovem t?o d?cil?

Hoje ? anivers?rio do tio Aron.
Esqueci do presente...

por isso vou lhe dar
uma cesta de morangos.

- Vou ajud?-la.
- Sigbritt fez um bordado.

Angelica fez o bolo,
Anna pintou um quadro...

Kristina e Brigitta
cantar?o uma can??o.

- Mas o tio Aron ? surdo!
- Ele ficar? feliz, idiota.

Voc? tem um pesco?o lindo.

- N?o devia fazer isso.
- Quem disse?

Eu. E voc? ? um pretensioso
que se acha o m?ximo.

Sou seu primo e adoro voc?.

Adora?

Venha, vou beij?-la na boca.

Se insistir, direi a Isak que
est? sempre querendo me beijar.

Pobre Isak, eu acabaria com ele
sem esfor?os.

Isak e eu estamos noivos
secretamente.

Um segredo que todos j? sabem.

As g?meas s?o umas fofoqueiras.

Quando ? o casamento?
Quando ? o casamento?

N?o sei qual dos quatro irm?os
? o mais f?til de todos.

Pelo menos
Isak ? o mais simp?tico.

E voc? ? o mais tolo,
mais malvado, mais idiota.

Nem sei o que dizer!

- Admita que gosta de mim.
- Voc? fede a charuto.

? cheiro de homem.

E as g?meas
que sabem de tudo...

dizem que voc? fez coisas
horr?veis com a Berglung.

Ela n?o ? uma boa mo?a.
Eu acredito nas g?meas.

Fica linda quando est? brava.

Tem que me beijar,
n?o ag?ento mais.

Estou perdidamente apaixonado
por voc?.

N?o ? verdade.

As g?meas tamb?m disseram
que voc? ? mulherengo.

? verdade?

Veja o que fez!

O que Isak ir? dizer?
Ele me ama de verdade!

Voc? arruinou minha vida,
ou quase isso!

V? embora,
nunca mais quero v?-Io.

Pelo menos n?o at? o almo?o.

Preciso me apressar.
Ajude-me a pegar os morangos.

Sujou todo o meu avental!

Brigitta e Kristina,
onde est? Isak?

Isak e papai est?o pescando
e n?o ouviram o sino.

Papai disse
para n?o esper?-Ios.

Foi o que ele disse.

Vamos!

Senhor aben?oe o alimento
que vamos comer. Am?m.

Benjamin, v? lavar as m?os.

- Quando aprender? a ser limpo?
- Eu j? lavei.

Sigbritt, passe o mingau.
Angelica, sirva as g?meas.

Suas unhas est?o imundas.

Hagbart, passe o p?o.

Quem o ensinou a passar
tanta manteiga no p?o?

Charlotte, o sal est? ?mido.

Quantas vezes devo dizer
que n?o pode ficar fora?

Lavei as m?os,
isto ? tinta nas minhas unhas!

- Quem pegou morangos para mim?
- Fui eu.

- Como?
- Fui eu.

Fale mais alto,
sabe que o tio Aron n?o escuta.

Fui eu!

Obrigado, lembrou
do meu anivers?rio!

Foi muita gentileza.

O tio n?o poderia tomar
um drinque para comemorar?

Bebida sem a presen?a de seu pai
est? fora de quest?o.

O tio Aron j? tomou tr?s.
N?s vimos.

Hoje de manh?,
quando foi tomar banho.

Tamb?m pegaram morangos!
Obrigado.

N?o falem de boca cheia!

N?o arrumaram as camas,
por isso v?o enxugar a lou?a.

Fa?am o que eu mando.

Benjamin, n?o roa as unhas.

O que est? fazendo, Anna?
N?o ? mais uma crian?a.

Quero dar o quadro ao tio Aron.
Podemos dar os presentes agora?

- Onde est?o?
- Aqui embaixo.

Depois do almo?o.

Uma bela obra de arte.
Fridhoff e Ingaborg.

Mas ? dif?cil saber
quem ? Fridhoff.

O que Sara e Sigfrid faziam
no canteiro de morangos?

Vimos tudo do banheiro.

- Preciso por morda?as nelas.
- Fiquem quietas ou retirem-se.

- E a liberdade de express?o?
- Calem a boca.

Sara ficou corada!
Sara ficou corada!

Sigfrid tamb?m ficou!
Sara e Sigfrid!

Sil?ncio!

Est?o mentindo!

Isak ? t?o gentil.

Ele ? fino, honesto e sens?vel.

Quer sempre ler poesias,
falar da vida ap?s a morte...

e gosta de tocar piano.

S? tenta me beijar no escuro...

e fala do pecado.
Ele ? muito melhor que eu.

Nem sei como me sinto.

N?o h? perd?o para mim.

?s vezes me sinto
t?o mais velha que ele.

Ele parece um menino,
apesar de termos a mesma idade.

E Sigfrid ? t?o perverso e
excitante. Quero ir para casa!

N?o quero passar o ver?o
sendo ridicularizada por todos.

Falarei com Sigfrid.

Se n?o a deixar em paz, pedirei
ao papai que o fa?a trabalhar.

Ele acha que Sigfrid ? vadio
e precisa trabalhar.

Pobre Isak, ? t?o bom comigo.

Tudo que fa?o ? t?o injusto.

Tudo vai dar certo.
Est?o cantando para o tio Aron.

N?o ? tolo cantar para algu?m
que ? totalmente surdo?

? t?pico das g?meas.

Vamos dar vivas ao tio Aron!

- Vou me encontrar com Isak.
- Boa id?ia.

Um sentimento de vazio
e tristeza invadiu meu cora??o.

Mas uma voz de menina me trouxe
de volta dos meus sonhos.

Ela me pergunta algo
insistentemente.

- Esta casa ? sua?
- N?o.

Que bom que ? honesto.
Tudo aqui ? do meu pai.

- Mas vivi aqui por 200 anos.
- ? mesmo?

- Aquele ? seu carro?
- Sim, ?.

- Parece antigo.
- Sim, ? antigo, como o dono.

Sabe ser ir?nico, isto ? ?timo.

- Para onde est? indo?
- Para Lund.

Que coincid?ncia!
Vou para a It?lia.

- Ficarei honrado se quiser vir.
- Sou Sara. Um nome estranho.

Eu sou Isak,
um nome estranho tamb?m.

- N?o foram casados?
- Infelizmente, n?o.

- Abra?o casou-se com Sara.
- Vamos?

Sim, mas h? mais algu?m.
A? vem ela.

Marianne, esta ? Sara.

Teremos companhia.
Sara vai para a It?lia.

- Ela vai at? Lund conosco.
- Est? sendo ir?nico de novo.

Vamos?

Pessoal, consegui uma carona.

Este ? Anders,
o de ?culos ? Victor.

Este ? o Sr. Isak.

E a mo?a bonita para quem
est?o olhando ? Marianne.

- ? um carro grande.
- Tem lugar para todos.

Ponham a bagagem
no porta-malas, se quiserem.

Preciso confessar que eu
e Anders estamos noivos.

N?s nos amamos. Victor fica
de vela. Foi id?ia do meu pai.

Victor tamb?m me ama...

e vive vigiando Anders. Isto
prova a genialidade de meu pai.

Terei que seduzir Victor
para me livrar do meu pai.

Quero dizer que sou virgem,
por isso sou assim.

E fumo cachimbo.
Victor disse que faz bem.

Victor adora tudo que faz bem.

Tive uma namorada
que se chamava Sara.

- Ela se parecia comigo?
- Para dizer a verdade, sim.

O que houve com ela?

Casou-se com meu irm?o
e teve 6 filhos.

Agora tem 75 anos
e continua muito bonita.

Deve ser horr?vel envelhecer!

Desculpe, disse uma bobagem.

Deixe-me colocar os ?culos.

Voc?s est?o bem?
Desculpem, foi nossa culpa.

Minha esposa estava dirigindo.
Algu?m se machucou?

Preciso me apresentar.
Sou Alman.

Sou engenheiro em Estocolmo.
Minha esposa, Berit.

Ela era atriz, e discut?amos...
Venha se desculpar.

Perdoem-me,
a culpa foi toda minha.

Eu ia bater no meu marido
quando a curva apareceu.

Isso mostra que Deus castiga.
O que acha, n?o ? cat?lico?

Acho melhor desvirarmos
seu carro.

- N?o se preocupe.
- Deixe.

Existem pessoas que n?o s?o
t?o ego?stas quanto voc?.

Minha esposa est? nervosa.
Sofremos um choque.

Vejam s? como o engenheiro
mede for?as com os jovens.

Tudo isso para se exibir
para a jovem.

Cuidado para n?o ter
um infarto, querido.

Ela adora me ridicularizar.
Eu deixo, ? uma boa terapia.

Pare!

Nunca sei quando minha esposa
est? chorando ou fingindo.

Mas acho que ? de verdade.

- ? como observar a morte.
- Por que n?o se cala?

Ela tem um grande talento.

Por dois anos, ela me fez crer
que tinha c?ncer.

Tinha todos
os sintomas poss?veis...

apesar de os m?dicos
n?o acharem nada.

Era t?o boa que acredit?vamos
mais nela do que nos m?dicos.

Entendo que esteja aborrecido,
mas deixe-a em paz.

L?grimas de mulheres pertencem
?s mulheres. S?o sagradas.

Voc? ? muito bonita.

Mas Berit est? ficando velha,
por isso pode defend?-la.

N?o ? verdade. Tenho pena de
sua esposa por v?rias raz?es.

Muito sarc?stica.
Mas n?o me parece ser hist?rica.

Berit ? uma grande hist?rica.
Sabe como ? conviver com isso?

- Ela disse que ? cat?lico.
- Isso mesmo. Por isso ag?ento.

N?s nos ridicularizamos. Eu sou
cat?lico, e ela ? hist?rica.

Como v?,
dependemos um do outro.

N?o nos matamos por ego?smo.

A? est?! Isso ? o que
chamamos de s?ncope.

Que engra?ado.

Se eu tivesse um cron?metro,
poderia ter...

Cale a boca!

Concordo que seja saud?vel
se expressar...

mas temos tr?s jovens no carro,
por isso, pe?o que des?am.

Perdoem-nos, se puderem.

Foi com sentimentos confusos
que vi aquela cidade de novo.

Tive meu primeiro consult?rio
aqui...

e minha m?e mora
na maior casa da regi?o.

Bom dia, doutor!

Como vai? Encho o tanque?
A chave, por favor.

Venha aqui, Eva.

Este ? o famoso Dr. Borg,
em pessoa!

Meus pais e todos aqui
ainda falam do senhor.

O melhor m?dico do mundo.

Daremos seu nome
ao nosso filho.

Isak Akerman, perfeito
para um primeiro-ministro.

- E se for menina?
- S? temos meninos. ?leo e ?gua?

- Como vai a artrite de seu pai?
- Piorando a cada dia.

Mas mam?e continua muito bem.

- Vai visitar sua m?e?
- Vou.

Ela ? admir?vel.
Deve ter 95 anos.

- 96.
- N?o diga.

- Quanto devo?
- ? por nossa conta.

- N?o posso permitir.
- N?o nos ofenda.

Tamb?m podemos fazer gentilezas.

N?o h? raz?o para voc? pagar
minha gasolina.

H? coisas que n?o esquecemos
e que n?o t?m pre?o.

- Nem mesmo gasolina.
- N?s n?o nos esquecemos.

Pode perguntar
a qualquer um daqui.

Todos se lembram
do que fez por eles.

- Devia ter ficado aqui.
- Como assim?

- O que disse?
- Que devia ter ficado aqui.

Eu disse?
Pode ser verdade.

Obrigado de qualquer modo.

Mandem-me avisar. Gostaria
de ser o padrinho do beb?.

Sabem onde me achar.

Eu disse ? velha:
"Eu sou o m?dico da cidade".

Durante o almo?o,
eu me abri...

e contei aos jovens sobre
meus anos de m?dico na cidade.

Parece que
adoraram minhas hist?rias...

e n?o acho que
riram por educa??o.

Tomei vinho no almo?o, e depois
caf? com vinho do Porto.

"Quando tal beleza se manifesta
em cada veio da cria??o...

como deve ser bom
ser a primavera imortal."

Ele ser? pastor,
e Victor m?dico.

Prometemos n?o discutir sobre
Deus ou ci?ncia nesta viagem.

- Anders quebrou sua promessa.
- Foi lindo.

Como um homem moderno pode
ser pastor? Anders n?o ? idiota.

Seu racionalismo ? terr?vel,
e voc? ? um idiota.

- Acho que o homem moderno...
- Entende sua futilidade.

Acredita em si mesmo
e na morte biol?gica.

O resto ? bobagem.

Este homem s? existe
na sua imagina??o.

O homem v? a morte com medo.

Sem d?vida. Religi?o para o povo
e ?pio para aliviar a dor.

Sempre concordo
com quem d? a ?Itima palavra.

Acreditava em Papai Noel,
agora acredita em Deus.

E voc? sempre teve
pouca imagina??o.

Qual a sua opini?o, professor?

V?o considerar minha opini?o
com ironia, seja qual for.

- Por isso, ficarei calado.
- Pense em como n?o t?m sorte.

Ao contr?rio, t?m muita sorte.

"Onde est? o amigo que procuro
em toda parte?

O amanhecer ? a hora da
solid?o e do carinho.

Quando o dia se vai...
Quando o dia se vai...

Quando o dia se vai,
ainda n?o o encontrei.

Um fogo invade meu cora??o.
Sinto sua presen?a."

O senhor ? religioso?

"Vejo Sua gl?ria poderosa
onde nascem as flores.

As flores t?m perfume,
e as montanhas se elevam.

Seu amor est?
no ar que respiro.

Ou?o Sua voz sussurrando
no vento do ver?o..."

Nada mal para
um poema de amor.

Estou me sentindo solene.
Fico assim ? toa.

Preciso visitar minha m?e que
mora aqui perto, volto logo.

- Posso ir junto?
- Claro que sim.

At? logo.

A? vem a tempestade.

Acabo de mandar um telegrama
para parabeniz?-Io.

Hoje ? seu grande dia.
E a? est? voc?!

Todos t?m
seu dia de gl?ria, m?e.

Aquela ? sua esposa?
N?o quero falar com ela.

- Ela j? nos causou muitas dores.
- Aquela n?o ? Karin.

? esposa de Evald.
? minha nora, Marianne.

Ent?o pode me cumprimentar.

Bom dia.

- Por que est? longe de casa?
- Fui visitar Estocolmo.

Por que n?o est? com Evald
e seus filhos?

N?o temos filhos.

Estes jovens de hoje
s?o estranhos. Tive 10 filhos.

Por favor, Marianne,
poderia me trazer aquela caixa?

Minha m?e morava
nesta casa.

Lembra-se
que vinha visit?-la?

Lembro-me muito bem.

Nesta caixa est?o
alguns brinquedos seus.

Tentei descobrir de quem eram.

Dez filhos e todos mortos,
exceto voc?, Isak. Vinte netos.

Evald ? o ?nico que me visita.
N?o estou reclamando.

Tenho 15 bisnetos
que nunca vi.

Mando cartas e presentes para
todos em seus anivers?rios.

Recebo cartas agradecendo,
mas ningu?m me visita.

A n?o ser quando
querem dinheiro emprestado.

- Eu devo ser muito cansativa.
- N?o diga isso, mam?e.

Tamb?m tenho outro defeito.
N?o morro.

Todos os descendentes
est?o esperando...

e nada da heran?a sair.

Esta boneca era de Sigbritt.
Ganhou quando fez 8 anos.

Eu mesma fiz o vestido.
Ela nunca gostou dela.

Charlotte era quem brincava
com ela. Lembro-me bem.

Sabem quem s?o?
Sigfrid com 3 anos, e voc? com 5.

E esta sou eu. Como ?ramos
diferentes naquela ?poca.

- Posso ficar com esta foto?
- Claro que sim.

? um livro de pintura.

Devia ser das g?meas,
Anna e Angelica.

Todos puseram seus nomes nele.

Kristina escreveu: "Ao meu pai,
quem mais amo no mundo."

E Brigitta acrescentou:
"Vou me casar com papai."

N?o ? engra?ado?
Eu ri quando vi isto.

N?o est? frio aqui?
O fogo n?o esquenta muito.

N?o acho que est? frio.

Por que sempre sinto frio?
Voc? ? m?dico, deve saber.

- Sinto frio na barriga.
- Tem press?o baixa.

Pedirei para fazer um ch?
e poderemos conversar.

Obrigado, mam?e.
N?o vamos mais incomodar.

Olhe isto.

O filho de Sigbritt far? 50 anos.
Pensei em lhe dar este rel?gio.

Posso lhe dar,
mesmo sem os ponteiros.

Lembro-me de quando
ele ficava no ber?o...

na p?rgola da casa de ver?o.

Agora vai fazer 50 anos.

E a pequena prima Sara
sempre cantava para ele dormir.

Ela casou-se com Sigfrid,
o in?til.

Sei que precisa ir ou vai
se atrasar para a cerim?nia.

Fiquei feliz por ter vindo
e espero v?-Io de novo.

D? minhas lembran?as a Evald.
Adeus.

Onde est?o Anders e Victor?

Estavam discutindo sobre Deus,
ent?o come?aram a gritar.

Anders tentou convencer
Victor...

mas ele disse que
o argumento era muito fraco.

Ent?o disse que eles deviam
discutir sobre mim.

Mandaram eu me calar,
pois n?o entendia o debate.

Agora v?o discutir
sem parar...

at? conseguirem se entender.

- Para onde foram?
- L? em cima.

- Vou at? l?.
- De qual deles gosta mais?

- De qual deles voc? gosta mais?
- N?o sei.

Anders ser? pastor.
Mas ele ? muito carinhoso.

Mas ser mulher de pastor?
Victor tamb?m ? bom.

- Victor ir? mais longe.
- Em que sentido?

Um m?dico ganha mais dinheiro.
Pastores est?o fora de moda.

Mas ele tem pernas
e pesco?o bonitos.

Como pode acreditar em Deus?

E ent?o?
Quem ganhou?

Dormi, mas fui atormentado
por sonhos e imagens...

que me pareciam tang?veis
e humilhantes.

Havia algo muito forte
nestas imagens...

que penetrou
em minha mente...

com muita determina??o.

J? se olhou no espelho, Isak?
Ainda n?o?

Vou lhe mostrar como est?.

? um velho assustado,
que logo morrer?...

e eu tenho
uma vida pela frente.

Desculpe se o ofendi.

- N?o estou ofendido, Sara.
- Est? sim.

Pois n?o suporta a verdade.

Tentei ser
uma pessoa razo?vel...

e acabei sendo cruel.

Entendo.

N?o entende.
N?o falamos a mesma l?ngua.

Olhe no espelho de novo.
N?o desvie o olhar.

- Estou olhando.
- Quero lhe dizer uma coisa.

Vou me casar com
seu irm?o Sigfrid.

O amor para n?s ? como um jogo.

Olhe para o seu rosto agora.
Tente sorrir.

Est? sorrindo!

Mas d?i tanto.

Como professor, devia saber
por que d?i, mas n?o sabe.

Pensou saber tanto,
mas n?o sabe de nada.

Preciso ir. Prometi cuidar
do filho de Sigbritt.

Pobre bebezinho.
Precisa dormir agora.

N?o tenha medo do vento.

N?o tenha medo dos p?ssaros
nem dos abutres.

N?o tenha medo
das ondas do mar.

Vou abra??-Io com for?a,
estou aqui com voc?.

N?o tenha medo.
Logo amanhecer?.

Ningu?m vai machuc?-Io.
Estou aqui com voc?.

Entre, Professor Borg.

Sente-se.

- Trouxe seu livro?
- Sim.

- Aqui est?.
- Obrigado.

Identifique a amostra
da bact?ria no microsc?pio.

Deve haver algo errado.

- N?o h? nada de errado.
- N?o vejo nada.

Por favor, leia o texto.

"Inke tan magrov stak farsin...

Ios kret fajne kaserte
mijotron presete."

O que significa?

N?o sei.

- N?o sabe?
- Sou m?dico, n?o fil?Iogo.

Pois nesta lousa est? escrito
o primeiro dever de um m?dico.

Sabe qual ??

- Sim, deixe-me pensar.
- Pode pensar.

O primeiro dever de um m?dico...

O primeiro dever ?...

Eu me esqueci.

O primeiro dever de um m?dico
? pedir perd?o.

Sim, sem d?vida.
Agora me lembro.

- Foi acusado de culpa.
- Acusado de culpa?

Parece que n?o entendeu
a acusa??o.

- E isto ? s?rio?
- Temo que sim.

Sofro do cora??o.
Sou um velho, inspetor Alman.

- Deveria me poupar.
- Aqui n?o diz nada sobre isso.

- Quer que eu pare o exame?
- Por favor, n?o.

Poderia fazer um diagn?stico
da paciente?

A paciente est? morta.

- O que est? escrevendo?
- Minha conclus?o.

- E qual foi?
- Que ? incompetente.

Incompetente?

Foi acusado de pequenos delitos,
por?m graves.

Indiferen?a, ego?smo,
falta de considera??o.

Sua esposa fez as acusa??es.
Ter? que confront?-la.

- Mas ela est? morta h? anos.
- Acha que estou brincando?

Quer vir voluntariamente?
N?o tem escolha. Venha.

Muitos esquecem uma mulher
morta h? 30 anos.

Alguns guardam
uma imagem fr?gil.

Mas sua mente
sempre guardar? esta imagem.

Estranho, n?o?
Ter?a-feira, primeiro de maio de 1917.

Voc? estava aqui,
ouviu e viu o que eles fizeram.

Contarei tudo a Isak
e j? sei o que ele dir?.

"Pobrezinha,
como sinto pena de voc?."

Como se ele fosse Deus.

Ent?o, vou chorar e dizer:
"Sente mesmo pena de mim?"

E ele dir?:
"Sinto muita pena de voc?."

Eu chorarei e pedirei perd?o.
E ele dir?...

"N?o precisa pedir perd?o,
n?o h? o que ser perdoado."

Mas n?o ? o que ele pensa.

Ele ? um homem frio.

Ent?o, ele ficar? carinhoso...

eu gritarei
que ele est? louco...

e que sua demonstra??o de afeto
me d? nojo.

Ele vai querer me dar algo para
dormir e dizer que compreende.

Direi que ? tudo culpa dele...

ent?o, ele ficar? triste
e dir? que a culpa ? minha.

Mas ele n?o se importa com nada,
? frio como gelo.

- Onde ela est??
- Ela se foi, tudo se foi.

Percebe o sil?ncio?
Tudo se foi.

Uma cirurgia de mestre
Sem dor, sangue ou tremor.

- Est? mesmo silencioso.
- Uma conquista perfeita.

- Qual ser? a pena?
- Pena? A de sempre, creio.

- A de sempre?
- A solid?o.

- Solid?o?
- Exatamente, solid?o.

- N?o h? clem?ncia?
- N?o pergunte a mim, n?o sei.

Onde estamos?

- Eles queriam esticar as pernas.
- Mas ainda est? chovendo.

Falei sobre a cerim?nia.
Insistiram em prestigi?-Io.

- Que bobagem.
- Dormiu bem?

Sim, mas tive um sonho.
Tenho tido sonhos estranhos.

- Sonhos absurdos.
- Como assim?

Parece que quero me dizer algo
que n?o quero ouvir acordado.

Como o qu??

Que estou morto,
apesar de vivo.

- Voc? e Evald s?o id?nticos.
- Se voc? diz.

- Evald me disse a mesma coisa.
- Sobre mim? Acredito.

- N?o, sobre ele mesmo.
- Mas ele s? tem 38 anos.

- Vai se chatear se eu contar?
- Claro que n?o.

H? uns meses,
eu queria conversar com Evald...

e fomos at? a praia.

Evald estava sentado
onde o senhor est?.

O que queria me dizer?
Com certeza algo desagrad?vel.

- Preferia n?o ter que contar.
- Encontrou outra pessoa?

- N?o seja tolo.
- O que posso pensar?

Diz que quer conversar, estamos
aqui, e voc? n?o consegue falar.

Pelo amor de Deus, fale logo.
Pare com este mist?rio.

Que engra?ado.
O que acha que vou dizer?

Que matei algu?m ou roubei?

Estou gr?vida.

- Tem certeza?
- Peguei o resultado ontem.

Ent?o era esse o mist?rio?

Tamb?m quero dizer
que vou ter este filho.

- Tem certeza?
- Tenho.

Sabe que n?o quero filho.
Ter? que optar entre ele e eu.

- Pobre Evald.
- N?o fale assim comigo.

? absurdo trazer uma crian?a
para este mundo...

e mais absurdo ? achar
que ela viver? bem.

- Isso ? uma desculpa.
- Chame como quiser.

Eu fui um filho indesejado
de um casamento infernal.

Ser? que sou filho do meu pai?

Isso n?o lhe d? o direito
de se comportar assim.

Preciso ir para o hospital. N?o
tenho tempo para discutir isto.

Covarde.

Tem raz?o.
Acho esta vida um lixo...

e n?o quero ser for?ado a viver
mais do que desejo.

E voc? sabe que falo s?rio.

- Eu sei que isto ? errado.
- N?o existe certo ou errado.

Agimos conforme o necess?rio.
Isto ? prim?rio.

E o que ? necess?rio?

Para voc? ? viver,
existir e procriar.

E para voc??

Para mim ? morrer.
Simplesmente morrer.

Se quiser fumar,
n?o me importo.

- Por que resolveu me contar?
- Quando o vi com sua m?e...

senti muito medo.

N?o entendo.

Eu pensei...

Esta ? sua m?e,
uma velha fria como gelo...

de certa forma, mais assustadora
do que a pr?pria morte.

Este ? seu filho...

e entre eles h?
uma grande dist?ncia.

Ele se sente um morto-vivo.

E Evald se sente no limiar
do frio e da morte.

Ent?o pensei
no filho que carrego.

Pensei, n?o existe
nada al?m do frio...

da morte
e da solid?o.

Deve haver algum motivo.

Mas est? voltando para Evald.

S? para dizer que discordo dele.
Quero este filho...

e ningu?m vai tir?-Io de mim.

Nem mesmo a pessoa
que mais amo.

- Posso ajud?-la?
- Ningu?m pode me ajudar.

J? estamos velhos,
fomos longe demais.

- O que houve depois da conversa?
- Nada. Eu o deixei.

N?o falou mais com ele?

N?o quero viver daquele jeito.

O que quer dizer?

Como o casal que encontramos.
Como se chamavam?

Eu estava pensando neles.

Eles me fizeram lembrar
do meu casamento.

Mas eu amo Evald!

Soubemos que hoje ?
um dia especial...

e queremos lhe dar estas flores.

Estamos impressionados
por ser m?dico h? 50 anos.

E achamos que deve ser
muito inteligente.

Que conhece tudo da vida...

e que sempre foi muito dedicado.

Obrigado.

? melhor irmos, j? est? tarde.

Finalmente chegou. J? hav?amos
perdido as esperan?as.

? bom relaxar e dirigir.

Precisa se arrumar.

Ol?, Marianne.
Avisei Evald que voc? viria.

Muito obrigada.

- Ent?o voc? veio.
- Era o meu dever.

O senhor n?o conseguiu estragar
minha divers?o.

- Bem-vindos.
- Ol?, Evald.

- Como v?, trouxe Marianne.
- Posso levar minhas coisas?

- Ficar? no quarto de h?spedes.
- ?timo.

Deixe-me levar a mala.

Ponham ali, eu j? volto.

- Fizeram boa viagem?
- ?tima.

- Quem s?o os jovens?
- Eles v?o para a It?lia.

- Parecem simp?ticos.
- Muito simp?ticos.

S? quero avisar
que s?o 15h45.

Trouxe cadar?os novos.

- Vou embora amanh?.
- Ficar? num hotel.

Por qu?? N?o podemos dividir
o quarto por uma noite?

- Ajude-me a desfazer a mala.
- ? bom v?-la. Uma surpresa.

Igualmente.
Iremos ao jantar depois?

Avisarei Sternberg que terei
companhia. Ele ? o respons?vel.

Est? atrasado.

Senhor Isak!

Surpreendi-me durante
a cerim?nia...

pensando nos eventos do dia.

Foi ent?o que decidi pensar
e escrever tudo que houvera.

Notei que nestes eventos
t?o ligados...

havia uma causalidade
memor?vel.

- Gostou da cerim?nia?
- Sim.

- Est? cansada?
- N?o posso negar.

- Tome um comprimido para dormir.
- N?o, obrigada.

Senhorita Agda,
me desculpe por hoje.

- Est? doente?
- N?o, por qu??

N?o sei, me parece estranho.

? t?o estranho
eu pedir desculpas?

- Quer a luz acesa?
- N?o, obrigado.

Vou deixar aberta.

N?o est? chovendo.

Obrigada, professor.

Boa noite.

- Srta. Agda?
- O que foi?

N?s nos conhecemos h? tanto
tempo e n?o somos amigos.

N?o podemos nos chamar
de Isak e Agda?

- Acho que n?o.
- Por que n?o?

- Escovou os dentes?
- Sim.

Prefiro n?o ter
esse tipo de intimidade.

- Estamos muito bem assim.
- Minha cara, j? estamos velhos.

Fale pelo senhor. As mulheres
gostam de manter a reputa??o.

O que diriam se come??ssemos
a nos chamar pelos nomes?

- O que diriam?
- Iriam nos ridicularizar.

- ? sempre t?o correta?
- Quase sempre.

Na sua idade, devia saber
se comportar, n?o acha?

Boa noite.

Boa noite, professor.
Deixarei a porta aberta.

Se precisar de algo,
? s? chamar. Boa noite.

Estava maravilhoso
na cerim?nia.

Estamos orgulhosos
de conhec?-Io. J? estamos indo.

- Temos carona at? Hamburgo.
- Anders j? se apaixonou.

- Pare com isto.
- S? viemos nos despedir.

Adeus e obrigado
pela companhia.

Adeus, Sr. Isak.
Eu o amo muito.

Hoje, amanh? e sempre.

- Vou me lembrar disso.
- Vamos.

- Adeus, professor.
- Adeus, Victor.

- Adeus, professor.
- Adeus, Anders.

Temos que ir agora.

Mandem not?cias.

- Acho que est? dormindo.
- Evald?

- Sim, papai?
- J? chegaram?

O salto do sapato
de Marianne quebrou.

? mesmo?
Ir?o ao baile?

Acho que sim.

- Como se sente?
- Bem, obrigado.

- E o cora??o?
- Vai bem.

Boa noite, durma bem.

Sente-se aqui um pouco.

Algum problema?

O que acontecer?
com voc? e Marianne?

- Perdoe-me por perguntar.
- N?o sei.

- N?o ? da minha conta, mas...
- O qu??

Pedi a ela que fique.

- Sim, mas como vai...
- N?o posso viver sem ela.

- N?o quer ficar sozinho.
- N?o posso viver sem ela.

- Entendo.
- Ela far? o que quiser.

- E ela quer isto?
- Disse que vai pensar, n?o sei.

- Pensei sobre o empr?stimo...
- Pode deixar, devolverei tudo.

- N?o foi isso que quis dizer.
- Devolverei tudo.

- Como est? se sentindo?
- Bem.

Quebrei o salto do sapato.
O que acha deste?

Muito bonito.

- Obrigado por me acompanhar.
- Obrigada ao senhor.

Gosto muito de voc?, Marianne.

Tamb?m gosto do senhor.

Quando fico preocupado
ou triste...

tento relaxar com as lembran?as
da minha inf?ncia.

Foi isso que fiz essa noite.

Isak, querido,
n?o sobrou nenhum morango.

Titia quer que procure seu pai.
Vamos velejar pela ilha.

J? procurei, mas n?o encontrei
nem o papai nem a mam?e.

Vou ajud?-Io.

Venha.